Exposição coletiva do Centro-Oeste tem registros de 3 fotógrafos de MT

Três nomes de Mato Grosso foram selecionados para a exposição coletiva dos fotógrafos do Centro-Oeste “A vida – Uma Celebração da Fotografia".

No festival Mês da Fotografia, realizado pelo Lente Cultural Coletivo Fotográfico, Mario Friedlander, Lucas Ninno e Helder Faria representam nosso Estado com seus olhares expostos na Galeria Acervo do Museu Nacional da República em Brasília, em agosto.

Selecionado também pelo 25º Salão Jovem Arte, Helder surpreende com sua fotografia macro de natureza.

Biólogo de formação resolveu unir as duas paixões antigas e desvendar camadas e camadas de um universo misterioso aos olhos humanos.

“Sou biólogo de formação, mas desde muito antes tenho interesse pela natureza e em especial criaturinhas, mas depois que ingressei na faculdade tive uma outra perspectiva. Lupas, microscópios, percebi que a escala forma universos. Mais recentemente, com dedicação à fotografia, resolvi aliar amores antigos”, revelou Helder.

O projeto “Cerrado 1:1” tenta chamar atenção para o bioma, explica o fotógrafo, que acredita ser este um caminho para a conservação, em tempos de urgência no despertar da consciência ambiental.

“O Cerrado é conhecido por poucos e é um hot spot de conversação, que é uma localidade que tem alta biodiversidade única e ameaçada. E a diversidade de artrópodes é gigantesca. O 1:1 é uma alusão a escala da fotografia macro. Artrópodes em sua maioria são tidos como repugnantes, quero lançar uma releitura sobre eles. Eles podem ser, e são, belos. Além da sua imensa importância na manutenção da diversidade biológica. Resumindo é um caminho para ajudar a conservar”, contou.

Seus caminhos e amores pelo continente Sul Americano serão tema de sua primeira exposição individual. E é este olhar afetivo sobre seu lar que agora também leva o fotógrafo Lucas Nino à Brasília para a exposição coletiva.

“A foto selecionada é avulsa, foi feita por acaso, na saída de uma pauta, quando dois meninos comemoravam um gol, na periferia de Cuiabá, no bairro Altos da Glória. Mas acho que pode entrar também na minha exposição individual que pretendo lançar no próximo semestre ‘Meu Amor América’”, explicou Ninno.

Helder Faria

Registro de Helder, que é biólogo e utiliza toda a sensibilidade para registrar momentos da natureza

Outra fotografia que compõe a exposição individual “Meu Amor América” levou Lucas Ninno a ser o único brasileiro selecionado para a International Photography Art Exibition na China, com uma foto feita quando morava no Chile.

Durante os protestos de 2012, um casal se beija.

Com um trabalho documental que registra comunidades tradicionais, quilombolas, indígenas, Mario Friedlander atua em Mato Grosso desde a década de 80.

Foi um dos responsáveis na luta para a criação do Parque Nacional de Chapada dos Guimarães.

E seu olhar demonstra todo este cuidado com o momento, com as histórias que narra.

Friedlander enviou fotografias sobre as etnias indígenas que vivem em Mato Grosso. “Estas fotografias são inéditas e mostram aspectos mais idílicos, fora da violência, pobreza e humilhação que normalmente predomina. As etnias são os Haliti Paresi da Terra Indígena Paresi em Campo novo do Parecis e os Kawaiete ou Kaiabi (Kaiaby) do Xingu. As fotos mostram a vida em família, brincadeiras, amizade, amorosidade entre a comunidade”, ressalta.

Para o fotógrafo, as imagens estão de acordo com o tema proposto pela organização do evento, a exposição coletiva traz como tema “A vida – Uma celebração de fotografia”. “A vida que pulsa em cada lugar, em cada coração, em cada pensamento e em cada olhar, retratados pelos fotógrafos e fotógrafas da região Centro-Oeste”, concluiu Friedlander.