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Saúde
Terça - 28 de Julho de 2015 às 06:18

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O uso de um tratamento genético para administrar uma proteína que suprime o desenvolvimento dos órgãos reprodutivos femininos pode melhorar a vida de mulheres com câncer recorrente de ovário, como ficou provado após testes em ratos, diz um estudo publicado nesta segunda-feira pela "PNAS", a publicação oficial da Academia Nacional de Ciências dos Estados Unidos. Especialistas do Hospital Geral de Massachusetts conseguiram eliminar em ratos o crescimento de tumores de ovário resistentes à quimioterapia. Para isso, as cobaias receberam uma injeção com uma versão modificada de uma proteína, a MIS, imprescindível para o desenvolvimento sexual.

Apesar de nem todos os tumores submetidos aos testes, que se desenvolveram a partir de células enxertadas de pacientes, terem respondido ao tratamento, os pesquisadores também descreveram uma maneira não invasiva de examinar células cancerosas "in vitro". "Nossas descobertas são importantes porque na atualidade não há opções terapêuticas para os cânceres de ovário recorrentes e resistentes à quimioterapia", comentou David Pepin, autor principal do estudo. Durante o desenvolvimento embrionário, os tecidos em embriões macho secretam a proteína conhecida como Substância Inibidora de Müller (MIS) para impedir o amadurecimento do canal de Müller, que de outra maneira daria lugar a órgãos reprodutivos femininos. Apesar de os estudos anteriores terem conseguido demonstrar que a MIS suprimia o crescimento do câncer de ovário ao ter como alvo as células-tronco do câncer que resistem à quimioterapia, não se tinha conseguido produzir, em quantidade suficiente, proteínas de alta qualidade para os testes pré-clínicos.

O estudo atual utiliza uma forma modificada do gene da MIS para gerar uma proteína de alta pureza e eficácia, que se combina com um vetor conhecido como AAV9, para fazê-la chegar à cavidade peritoneal, um lugar onde o câncer de ovário é recorrente. A eficácia dessa versão modificada da MIS junto ao vetor AAV9 foi testada em ratos que desenvolveram tumores induzidos após o implante de células cancerosas de cinco pacientes. O resultado foi "uma inibição significativa do crescimento dos tumores que tinham sido gerados com células de três dos cinco pacientes". "Já que a resposta ao tratamento genético com a MIS não é a mesma para todos os pacientes, será importante analisar, em primeiro lugar, o tumor de cada um para assegurar que responderá" ao tratamento, concluiu Pepin. EFE cr/rpr

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Fonte: EFE

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