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João Celestino Corrêa da Costa Neto
Quarta - 19 de Fevereiro de 2014 às 01:08
Por: Mario Eugenio Saturno

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(*) João Celestino Corrêa da Costa Neto

Seca no Nordeste, alagamentos infindáveis na maior cidade da América Latina, catástrofes, deslizamentos de encostas, casas soterradas, vidas ceifadas e cidades arrasadas. Frio no Sul com chuvas de granizo e até neve. Isso só no Brasil, país de clima tropical que acomoda diversos biomas (conjunto de ecossistemas que funcionam de forma estável).

Os Estados Unidos e os Países da Europa estão enfrentando uma onda de imprevisibilidade climática, com frio de até 20 graus abaixo de zero, chuvas intermináveis, etc. A natureza “endoidou” fazendo com que haja seca demais, chuva demais, frio demais? A resposta é não. O aumento da força das intempéries climáticas, que no meu entender, nem assim podem ser mais chamadas, pois não são nada parecidas com as intempéries dos tempos dos nossos pais e avós, é causado por uma série de fatores. Todos estes fatores determinam aquilo que alguns chamam de problemas decorrentes das mudanças climáticas. Onde por conta dos gazes e efeito estufa, nosso meio ambiente é sacudido por cataclismas.

Voltando aqui para a nossa realidade, vemos, embasbacados que apesar das enchentes que causam milhões em prejuízo para a população, os reservatórios utilizados para captação e distribuição de água domiciliar no Estado de São Paulo estão secos, em alguns casos com volume de água 10 metros abaixo do normal nas réguas de medição.

A culpa é da natureza, de “São Pedro”? Claro que não! Essas consequências drásticas são fruto da falta de ação dos governantes que não dão a mínima para o problema, mas se vêem obrigados a gastar milhões para tratar dos danos pós-ocorrência dos “cataclismas” e ainda assim, o fazem mal feito, com desperdício e desvios.

Cuiabá, via de regra, é palco de encontros, seminários, palestras, work shops e outros eventos para tratar, teoricamente, das questões ambientais, preservação ambiental, e outro dia, estreando, “seminário sobre defesa civil”. Os temas são importantes. Discussões e audiências públicas são levadas horas a fio, porém, os resultados ninguém vê, são pífios. Pior, qual órgão público destinado às questões ambientais funciona? Quem é responsável pelo acompanhamento das condições climáticas (tirando o INPE) em Cuiabá, ninguém, ou se tem não aparece.

Na Assembleia Legislativa tem a Comissão do Meio Ambiente, no Governo tem a Secretaria de Estado de Meio Ambiente (SEMA), tem uma delegacia regional do IBAMA e com certeza deve ter um representante do Ministério do Meio Ambiente, ótimo! Mas alguém já viu alguma ação efetiva sobre a questão - mudanças climáticas?

Os órgãos públicos que tratam da questão ambiental se tornaram cartórios. Meros emissores de licenças e cobradores de taxas. Meros expectadores! Ninguém para “pensar”, planejar e antever as situações climáticas graves que vivemos. Ah, claro, Mato Grosso “ainda” é um Estado privilegiado, onde as estações climáticas estão bem determinadas no espaço temporal. Até quando? Já não é como antigamente. Infelizmente, especialmente, para nossa economia regional, para o agronegócio, será um terror.

Chuvas demasiadas e estiagens prolongadas que irão comprometer nossa produção e nossa riqueza. Temos que sacudir essa turma do meio ambiente público. Eles precisam apresentar soluções para estas demandas. Não é um problema dos EUA ou da Europa, ou mesmo exclusivo da ONU, com sua comissão de sopa de letrinhas, UFCC. E um problema cuiabano, mato-grossense, brasileiro. Nós participamos do problema e da solução. Não podemos ser omissos!

All Gore, Bill Clinton, Príncipe William, são algumas das personalidades da mídia que abordam o tema constantemente. Já por aqui, ninguém fala nada. Nossa elite pensante e omissa. Quem sabe quando levarem um sonoro puxão de orelhas das nações ditas desenvolvidas, nossos representantes aprendam a cuidar melhor do assunto.

(*) João Celestino Corrêa da Costa Neto é advogado militante em Cuiabá




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