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Juacy da Silva
Sábado - 25 de Janeiro de 2014 às 12:16
Por: Juacy da Silva

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O nível de emprego em uma sociedade é determinado por diversos fatores, tais como: índices de crescimento econômico (PIB), estágio de desenvolvimento tecnológico do país, grau de informalidade da economia; peso relativo dos diversos setores (agricultura, extrativismo, indústria,comércio e serviços), índices de urbanização e outros mais.

Um país subdesenvolvido, cuja economia é altamente dependente dos setores agropecuário e extrativistas possui muito menos capacidade de gerar emprego do que outro que tem sua base econômica nas atividades industriais, serviços e comércio. De forma semelhante, um país onde a informaliade é grande os índices de desemprego podem ser aparentemente pequenos, mas a ausência de postos de trabalho formais acaba gerando insegurança futura, principalmente  no aspecto previdenciário e de renda.

Há poucos dias a OIT – Oganização Internacional do Trabalho, organismo especializado da ONU para as questões de emprego e desemprego, apresentou seu mais recente relatório, onde são destacados aluns aspectos que todos  os estudiosos deste tema e principalmente governantes  responsáveis pela definição de políticas, estratégias e ações de inclusão social e econômica, deveriam estar bem atentos.

É ilusória a idéia de que podemos promover a inclusão de milhões de pessoas através de políticas compensatórias, de assistencialismo ou mesmo transferência  direta de renda por parte do Estado e do Governo. Essas estratégias e ações podem até ter alguns resultados imediatos e criar a sensação de que o país  esteja mudando e que a miséria, a exclusão social e econômica  ou até mesmo a fome estejam sendo reduzidas.

A médio e longo prazo nenhum país pode sustentar um modelo deste pela simples razão de que a verdadeira inclusão só ocorre via oportunidades de trabalho , emprego decente e salários reais dignos, que alavanquem a capacidade de compra dessas massas excluídas do Mercado de consumo e aumente o dinamismo econômico.  Medidas assistencialistas e paternalistas acabam gerando maior dependência dessas pessoas, desestimulando-as a busca de trabalho, aumento dos gastos públicos, deficit nas contas governamentais , muita corrupção e manipulação política  e eleitoral, favorecendo muito mais os donos do poder do que a população excluida.

O recente relatório da OIT apresenta algumas premissas que devemos refletir sobre as mesmas, tanto para melhor compreender o que esta  acontecendo a nível mundial quanto do Brasil em particular. Essas premissas são as seguintes:

1)Os índices de crescimento do PIB mundial e das várias regiões nos próximos anos vão ser menores do que os experimentados antes da crise de 2008/2009;

2)Crescimento econômico baixo vai dificultar a possibilidade de gerar os 42 milhões de postos de trabalho por ano que são necessários para atender os  202  milhões de desempregados existentes em 2013 e mais alguns milhões que a cada ano estão chegando ao Mercado de trabalho;

3)As causas ou fatores que desencadearam a crise econômica e financeira mundial ainda não foram totalmente superados e continuam sendo uma ameaça tanto para a recuperação de alguns países quanto a possibilidade de ocorrerem novas crises;

4)O Sistema financeiro mundial e de vários paises continua em estado de crise latente  e é o verdadeiro calcanhar de aquiles da economia mundial, podendo desarticular todo o sistema novamente;

5)A renda do trabalho continua aumentando, mas em rítimo muito mais lento do que a produtividade dos demais fatores de produção, isto afeta a expansão do Mercado de consumo mundial e os países em particular;

6)No contexto dos debates do pós-2015, quando encerra o periodo dos objetivos do milênio, constata-se que a redução da pobreza  da classe trabalhdora tem sido muito pequena, tanto em relação `as metas fixadas quanto em relação `as expectativas dessas  grandes massas. Tal fato pode gerar crises políticas e sociais e afetar também a economia como um todo e diversos países, principalmente os emergentes;

7)O nível de informalidade e de relações de trabalho espúrias e `a margem do marco legal e ético estabelecido em convenções da ONU ainda é muito grande, principalmente nos países subdesenvolvidos, também nos emergentes e em alguns países europeus.

Oportunamente tentarei apresentar alguns dados relativos `a questão do desemprego mundial e alguns outros sobre o Brasil e América Latina, os quais não são nada animadores!

Juacy da Silva, professor universitário, titular e aposentado UFMT, mestre  em sociologia. Email professor.juacy@yahoo.com.br

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